História & Design

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O edifício da Quinta da Fábrica

No ano de 1874, Ayres Augusto Quaresma d’Almeida lançou a primeira pedra do edifício que viria a ser uma fábrica de produção de papel de boa qualidade para fins diversificados. O edifício era, na altura, um dos melhores do género no distrito, que ocupava 648m2 num terreno ideal para a sua atividade.

Eram produzidas várias qualidades de papel com a marca d’água da fábrica, de grande perfeição e acabamento, podendo ser de almaço, branco, azul, florete, pautado ou de embrulho.

Em Maio de 1876, devido a uma forte intempérie, a água do rio subiu muito para além do seu nível normal, tendo a fábrica ficado alagada até ao segundo andar, vendo-se os operários obrigados a subir para os pisos superiores. Grande parte do recheio do edifício foi arrastado pela enxurrada e as máquinas ficaram parcialmente inutilizadas.

Em Julho de 1877, a fábrica começou de novo a laborar com 100 operários no ramo do papel. No entanto, passou a partir dessa altura a sua produção para a cardação e fiação de lã. A finalidade que parece ter estado na base desta decisão foi a de fornecer lã à indústria de tapetes do Espinhal.

No ano de 1888 a fábrica da Ponte do Espinhal entra em decadência, interrompendo assim a sua laboração. É depois vendida a uma sociedade que se constituiu como Companhia Fabril da Ponte do Espinhal, com o objetivo de fabricar linho e lã em fio e em tecido, papel e cartão de todas as qualidades. Laborou ainda até 1936, a secção de fabrico de papel com um número reduzido de operários, tendo sido sujeita a nova venda.

Da última venda até ao início da construção do Hotel, o sólido edifício manteve-se de pé, tendo sido conservada a sua arquitetura e estrutura exterior.